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“Meu corpo, meu território”: mulheres indígenas pedem fim à violência na Terra Indígena Guarita (RS)

“Meu corpo, meu território”: mulheres indígenas pedem fim à violência na Terra Indígena Guarita (RS)
29 de maio de 2023 Comunicação FLD

Mulheres indígenas ocuparam seus espaços de fala para discutir a temática da violência nos territórios. Foto: Áurea Júlia Braga/COMIN

Nos dias 17 e 18 de maio, a Terra Indígena Guarita, localizada nos municípios de Tenente Portela e Redentora (RS), recebeu a 2º Mobilização de Mulheres Indígenas Kaingang “Meu corpo, meu território”. Realizado na comunidade Yrapuá, o evento reuniu cerca de 500 pessoas para debater e levar informações às comunidades indígenas sobre a violência e os direitos das mulheres indígenas.

Durante os dois dias de mobilização, houve importantes momentos de falas das mulheres indígenas presentes e de lideranças e representantes de organizações indígenas, bem como a apresentação do Grupo de Trabalho (GT) Guarita pela Vida, que organizou o evento. Também houve apresentação de danças e de uma peça de teatro de estudantes das escolas indígenas da TI Guarita e a posse da nova coordenadora regional da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) em Passo Fundo (RS), Maria Inês de Freitas.

Um documento público foi elaborado e assinado, construído de forma coletiva a partir do debate feito no primeiro dia do evento, permeando temas como a garantia dos direitos das mulheres indígenas, segurança alimentar e saneamento básico da região.

FLD-COMIN foi parceira na realização da mobilização através do projeto Moviracá: direito à terra indígena, fruto da parceria entre o movimento indígena e FLD-COMIN, financiado pela União Europeia, e esteve presente com sua assessoria jurídica e de projetos.

Também participaram representantes do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), Funai, Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (ANMIGA), Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul (DPE/RS), Polícia Civil/RS, Brigada Militar/RS, Secretarias da Educação e da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Besouro, entre outros.

A mobilização das mulheres Kaingang da TI Guarita teve início no descontentamento e revolta com a presença de diversos casos de violência de gênero sofridas nas comunidades, entre elas o feminicídio de Daiane Griá Kaingang, adolescente indígena assassinada no território em agosto de 2021.

Na primeira realização do evento “Meu corpo, meu território”, em 2022, a jovem foi homenageada. Acendendo fogo em tochas, com sua foto no centro, as pessoas presentes selaram o compromisso pela vida e pelo combate à violência contra as mulheres indígenas. O evento aconteceu no Dia Nacional de Combate à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, dia 18 de maio, e mais de 600 pessoas participaram da atividade, que contou com a presença de representantes de órgãos públicos e organizações da sociedade civil parceiras, entre elas o COMIN.

 

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