Região Leste e Litoral Norte de Santa Catarina
Equipe
Assessora
Janaina Hübner
(Teóloga e Educadora)
E-mail
janaina@comin.org.br
Assessor
Jasom de Oliveira
(Teólogo e Educador)
E-mail
jasom@comin.org.br

Região Leste e Litoral Norte de Santa Catarina
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O COMIN, em Santa Catarina, atua junto aos povos Guarani Mbya e Laklãnõ-Xokleng.
O povo Guarani pertence à família linguística Tupi-Guarani. Em Santa Catarina, vivem os grupos Mbya e Ñandeva. Os primeiros contatos com as sociedades europeias se deram já no início do século XVI. A região Norte de Santa Catarina foi ocupada inicialmente por pessoas portuguesas, espanholas e açorianas por volta de 1553. Desde o início, houve conflito desses povos com o povo Guarani. A organização social tradicional é constituída de pequenos núcleos estruturados a partir da família extensa. Nas aldeias Guarani, as famílias exercem atividades de forma coletiva, como os roçados e o artesanato.
O povo Laklãnõ-Xokleng é do tronco linguístico Macro-Jê e vive apenas em Santa Catarina. O contato permanente com não indígenas aconteceu na década de 1910 e o impacto da colonização foi forte, o que provocou influência e repressões de suas questões culturais. Na Terra Indígena Laklãnõ, que fica nos municípios de Doutor Pedrinho, José Boiteux e Itaiópolis, vivem cerca de 2.500 pessoas, organizadas em oito aldeias, em uma extensão territorial de aproximadamente 14 mil ha.
Na década de 1980, no início dos trabalhos junto ao povo Laklãnõ-Xokleng, o COMIN atuou no apoio à recuperação da dignidade dos povos indígenas afetados pela forma como foi construída a Barragem Norte, que dividiu o povo em diferentes aldeais, afetando sua organização sociocultural, e inundou 1.220 ha de terras férteis. Mais recentemente, em uma perspectiva da etnosustentabilidade indígena e da educação escolar indígena, investiu-se em formas de produção de alimentos orgânicos para o consumo, iniciativas culturais e ecológicas de geração de renda e no protagonismo indígena na pesquisa, sistematização e produção de materiais didáticos. Houve ainda um enfoque na atuação junto a mulheres, crianças e jovens na perspectiva da potencialização de dons pessoais, culturais e socioambientais. A partir de 2019, as ações do COMIN junto ao povo Laklãnõ-Xokleng passaram a envolver a defesa do direito à terra no âmbito dos impactos da Barragem Norte, a partir da visibilidade e continuidade do financiamento das mobilizações indígenas e construção da discussão pública através de seminários, encontros, reuniões e o desenvolvimento do Observatório da Barragem Norte junto à Universidade Regional de Blumenau (FURB) e outras instituições. Envolve ainda a criação, apoio e acompanhamento de uma política de entrada e permanência de estudantes indígenas na FURB.
A maior parte da atuação do COMIN em Santa Catarina acontece com as comunidades Guarani Mbya do litoral Norte. Essa atuação é recente e iniciou com a elaboração do material da Semana dos Povos Indígenas 2018 – construído com comunidades de três aldeias da TI Pindoty, em Araquari, durante o ano de 2017, o que possibilitou dar visibilidade à vulnerabilidade das comunidades da região em relação à morosidade na demarcação de suas terras, além de casos de invasão e violência e dificuldades de sustentabilidade. A ênfase recai no apoio e fortalecimento das lideranças para a defesa de seus territórios, através de formação sobre direito indígena e indigenista e suporte para mobilizações relacionadas à demarcação das TIs. A atuação também visa contribuir com a sustentabilidade socioambiental das comunidades através do fortalecimento de um sistema agroflorestal tradicional Guarani, formação e desenvolvimento de atividades na área do etnoturismo e comercialização do artesanato.