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FOSPA 2022: Organizações baseadas na fé, povos indígenas e populações tradicionais discutem racismo religioso na Amazônia

FOSPA 2022: Organizações baseadas na fé, povos indígenas e populações tradicionais discutem racismo religioso na Amazônia
3 de agosto de 2022 Comunicação FLD

Fabrícia Sabanê, coordenadora da AGIR, Camila Puruborá, assessora de projetos do COMIN, e Walderir Tupari, coordenador da Associação Indígena Wãypa. Foto: Divulgação Cese

COM INFORMAÇÕES DA COORDENADORIA ECUMÊNICA DE SERVIÇO (CESE)

Entre os dias 28 e 31 de julho, a FLD-COMIN-CAPA esteve envolvida no 10º Fórum Social Pan-Amazônico (X Fospa), em Belém (PA). O evento tem alcance global e surge no âmbito do Fórum Social Mundial para lutar pela vida, a Amazônia e seus povos. Entre as mais de 5 mil pessoas participantes estiveram representações de movimentos e organizações sociais da Pan-Amazônia do Brasil, Guiana Francesa, Suriname, Guiana, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, além de outros países da Europa e Ásia, lideranças de povos indígenas, comunidades tradicionais, movimentos sociais, ambientalistas, professoras e professores, cientistas, sociedade civil e autoridades.

Este é o principal evento de mobilização, resistência e esperança da Pan-Amazônia em 2022, ano marcado pelo aumento da pobreza, pela guerra na Europa e também pela guerra declarada à Amazônia pelo extrativismo predatório, narcotráfico, pesca ilegal, desmatamento, entre outros. Foi também o ano marcado pelo assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips.

Segundo Camila Puruborá, assessora de projetos da FLD-COMIN que participou da mesa “O que a sua fé tem feito para defender a Amazônia? Compartilhando boas práticas de fé e resistência”, parte das igrejas e suas lideranças estão preocupadas com o que está acontecendo com a Amazônia e, principalmente agora, no que vem acontecendo com os povos indígenas.

“A maior preocupação agora é compreender o jeito de ser dos povos indígenas, respeitar suas culturas, suas tradições e as suas religiosidades. Porque, até então, fomos nós que conseguimos manter essa parte da Amazônia em pé. E se há essa outra parte da Amazônia que já não está em pé como deveria é porque as coisas ruins têm avançado, como o agronegócio, o garimpo e a mineração. Foi importante ouvir das instituições e das igrejas que essas discussões e reflexões precisam ir para a prática nas bases da igreja.”

Tapiri Ecumênico e Inter-religioso 

Nesta edição, o Fórum foi dividido em quatro casas temáticas: Casa dos Bens Comuns; Casa dos Povos e Direitos; Casa dos Territórios e Autogoverno e Casa da Mãe Terra.

Na Casa dos Povos e Direitos, o Grupo de Articulação Ecumênica e Inter-religiosa, formado por organizações baseadas na Fé (FEACT, do qual FLD-COMIN-CAPA faz parte, CESE, PAD, CONIC, Rede Igrejas e Mineração, REPAM, Rede Amazonizar, CIMI, CAIC, CPT, Comitê Dorothy, Igreja Evangélica de Confissão Luterana/Belém, Igreja Episcopal Anglicana do Brasil/Belém, CENARAB, Comitê Inter-religioso do Estado do Pará e Koinonia, com apoio da Fundação Ford) construiu coletivamente o Tapiri Ecumênico e Inter-religioso. Tapiri é uma palavra indígena que significa “Palhoça onde se abrigam caminheiras e caminhoneiros”. A partir deste significado o grupo propôs o diálogo entre as organizações que atuam na Amazônia legal e na Pan-Amazônia, fortalecendo as lutas pela promoção e garantia de direitos dos povos da Amazônia e o combate ao racismo e aos fundamentalismos religiosos e políticos.

Seu espaço foi pensado pelas cenógrafas paraenses Glauce Rocha e Roseane La-Roque para ser lugar de acolhimento. Foi composto com elementos ribeirinhos e indígenas, utilizando como matéria prima o buriti, uma espécie de palmeira que só existe na região amazônica.

Espaço do Tapiri Ecumênico e Inter-religioso no X Fospa. Foto: Divulgação Cese

Cinco mesas temáticas compuseram o espaço: Mesa 1 – Como os Fundamentalismos e Racismos Religiosos têm afetado a vida de indígenas e do povo de Terreiro; Mesa 2 – Como os Fundamentalismos e Racismos Religiosos têm afetado a vida das Mulheres, da Juventude e dos povos e comunidades tradicionais?; Mesa 3 – Povos indígenas em resistência e mobilização por seus territórios; Mesa 4 – O que sua fé tem feito para defender a Amazônia?; e Mesa 5 – Promoção do Diálogo Ecumênico e enfrentamento aos fundamentalismos religiosos.

Camila Puruborá participou da 4ª mesa, que aconteceu na tarde do dia 30, junto a Rodrigo Fadul (REPAM), Sônia Mota (CESE/PAD/FEACT), Romi Bencke (CONIC/FEACT), Reverendo Cláudio Miranda (Diocese Anglicana da Amazônia/Rede Amazonizar) e o Bispo Renato de Souza.

Participantes da mesa “O que a sua fé tem feito para defender a Amazônia? Compartilhando boas práticas de fé e resistência”. Foto: Divulgação Cese

Mártires da Floresta Amazônica

Estandartes, batas, turbantes e tambores: muita mística fez parte do ato ‘Mártires da Floresta Amazônica’, realizado no dia 29 de julho pelo Grupo Articulação Ecumênica e Inter-religiosa. Mais de 800 pessoas que comungam dos ideais das mulheres e homens que tombaram (foram assassinadas e assassinados) participaram do momento.

O ato homenageou vinte mártires dos países da Pan-Amazônia e dos estados da Amazônia brasileira, representando todas as pessoas que dedicaram suas vidas em defesa da floresta e dos povos que a habitam: Chico Mendes, Irmã Dorothy, Zé Cláudio e Maria do Espírito Santo, Dom Pedro Casaldáliga, Bruno Pereira, Dom Phillips e Wilson Pinheiro, Cacique Emyra Wajãpi, Missionária Agostiniana Recoleta, Irmã Cleusa, Paulino Guajajara, Vicente Cañas Costa, Dilma Ferreira Silva, Nilce de Souza Magalhães – Nicinha, Povo Yanomami, Josimo Morais Tavares, Padre Josimo, Nicolasa Nosa de Cuvene, Alcides Jiménez Chicangana, Padre Alcides, Alejandro Labaka e Inés Arango, Irmã Maria Agustina de Jesús Rivas López, Aguchita, e os povos indígenas, os grandes mártires da Floresta.

Ato de Mártires da Floresta Amazônica homenageou vinte mártires. Foto: Bruno Almeida

Alcidema Magalhães e José Francisco dos Santos Batista, do Comitê Dorothy, falaram sobre a importância deste momento no X Fospa: “A Amazônia não tem tempo para esperar. A situação da Amazônia é uma emergência global. Portanto, precisamos do esperançar que age, revoluciona e tem esperança por mudar a história da Amazônia. A maior floresta tropical do planeta pede socorro. E nosso esperançar tem que ser revolucionário. Temos que nos unir para lutar em defesa da Amazônia”.

Público que participou do ato em cortejo na Universidade Federal do Pará. Foto: Bruno Pereira

Na data, foi lançado o livreto: Mártires da Floresta Amazônica, uma publicação com breve biografia de cada mártir, e exibidos pequenos vídeos sobre suas vidas. O grupo de Dança IAÇÁ, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana / Paróquia Luterana de Belém, e o grupo de Atabaques do Terreiro de Mam´etu Nangetu também celebraram a luta dos povos da floresta.

  • Baixe a publicação ” Mártires da Floresta Amazônica” em português AQUI e em espanhol AQUI.

A pastora Sônia Mota, Diretora Executiva da CESE, declarou que o ato foi um momento sagrado de memórias das pessoas que não estão aqui conosco, que infelizmente tombaram por defender suas comunidades e seus territórios: “Queremos lembrar essas mulheres, homens e comunidades inteiras que foram perseguidas, expulsas, dizimadas. Lembramos também o martírio da natureza”, afirmou.

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