Em 1991, mulheres de diferentes países iniciaram uma campanha com o objetivo de promover o debate e denunciar as várias formas de violência contra as mulheres no mundo. Esse conjunto de datas ficou conhecido como a campanha de 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres.
O início da mobilização mundial, com adesão de mais de 130 países, é marcado pela data de 25 de novembro, instituída como o Dia Internacional de Luta pelo fim da Violência Contra a Mulher. A data foi criada em memória e homenagem a Pátria, Minerva e Maria Teresa, as irmãs Mirabal, brutalmente assassinadas pelo governo de Rafael Leônidas Trujillo, da República Dominicana, em 1960. As irmãs atuavam contra a ditadura vigente naquele país.
No Brasil, a campanha ocorre desde 2003 e é chamada de 21 Dias de Ativismo, porque começa no dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra. A mobilização termina em 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.
A FLD-COMIN-CAPA está comprometida com a superação das violências e do racismo. Participa dos 21 Dias de Ativismo desde 2006 com a Nem Tão Doce Lar, mesmo ano em que foi promulgada a Lei 11.340 (Lei Maria da Penha).
Datas que fazem parte da campanha no Brasil
– 20 de novembro – Dia da Consciência Negra
– 25 de novembro – Dia Internacional de Luta pelo fim da Violência Contra a Mulher
– 1º de dezembro – Dia Mundial de Luta contra a Aids
– 3 de dezembro – Dia Internacional das Pessoas com Deficiência
– 6 de dezembro – Dia do Laço Branco, mobilização mundial de homens pelo fim da violência contra as mulheres
– 10 de dezembro – Dia Internacional do Direitos Humanos
Enfrentamento à violência contra a mulher
Uma das iniciativas promovidas por FLD-COMIN-CAPA pelo fim da violência contra a mulher se faz a partir do projeto Nem Tão Doce Lar. Trata-se de uma mostra itinerante que possibilita a popularização da discussão e do enfrentamento da violência, ao levar para o espaço público uma típica casa familiar, com informações e imagens que denunciam a violência sofrida por mulheres, crianças e jovens.
A mostra foi apresentada pela primeira vez em Porto Alegre (RS), durante a 9ª Assembleia do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), no ano de 2006. De lá para cá, a exposição já percorreu o país, passando por 95 municípios, de 15 estados brasileiros, mais o Distrito Federal, contribuindo para um processo de sensibilização e educação para a superação da violência doméstica com pessoas jovens e adultas.
Os grupos interessados em levar a mostra para suas cidades devem contatar diretamente a FLD-COMIN-CAPA, que orienta todo o processo, assessora a capacitação das pessoas acolhedoras e monitora o desenvolvimento e desdobramento das atividades. O contato deve ser feito pelo e-mail [email protected]
Enfrentamento ao racismo
Outra relevante atuação que FLD-COMIN-CAPA promove na luta antirracista e pelo fim da violência é com comunidades kilombolas no sul do Rio Grande do Sul.
O acompanhamento a grupos de mulheres e a quintais e hortas agroecológicas lideradas por elas, uso da caderneta agroecológica como ferramenta de empoderamento e o reconhecimento da liderança delas estão entre as ações desenvolvidas. Também são realizadas atividades de formação, seminários, encontros e cursos. As mulheres fortalecem seus vínculos e o protagonismo no território.
Um exemplo disso é Marta Madeira, do Kilombo Madeira no município de Jaguarão (RS). Marta produz alimentos que garantem mesa farta e renda extra para a sua família. Atualmente, Marta é a presidenta da Associação Kilombola Madeira, espaço tradicionalmente ocupado por homens. Sua trajetória foi recentemente reconhecida com o recebimento da Medalha ‘Mérito Mestre Vado’, concedida pela Câmara de Vereadoras e Vereadores de Jaguarão a pessoas com relevante atuação na valorização da raça negra.
Apoio a organizações de mulheres indígenas
O racismo contra os povos indígenas e a violência contra as mulheres indígenas precisam ser discutidos e denunciados nos diferentes espaços da sociedade brasileira. E é por isso que FLD-COMIN-CAPA atua em parceria com o movimento das mulheres indígenas no enfrentamento para a superação dessas violências.
Através de atividades de formação e articulação das organizações de mulheres indígenas, elas realizam ações de defesa de direitos e de seus corpos-territórios e fortalecem sua luta e ancestralidade.
Algumas das ações realizadas pelas organizações indígenas em 2022 foram a Caravana das Originárias da Terra, promovida pela Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (ANMIGA), que percorreu os seis biomas do país, e eventos da Associação das Guerreiras Indígenas de Rondônia (AGIR), como o primeiro Encontro de Mulheres Indígenas Karo Arara.