POR EQUIPE COMIN AMAZÔNIA, POVO KUJUBIM E CIMI
“Eu vou para o Cautário, vou encontrar o Emílio que assou
o peixe para mim” Frase de Dona Rosa, a Priciky.
A memória do território do povo Kujubim segue presente e é o sonho das três matriarcas Suzana, Francisca e Rosa (“in memoriam”), lembradas na 23ª Assembleia do Povo Kujubim, que aconteceu nos dias 18 e 19 de julho, na aldeia Ricardo Franco, Terra Indígena Rio Guaporé, município de Guajará- Mirim (RO).
Com o tema “Kujubim em memória das matriarcas, continua a luta pela demarcação”, a assembleia deu oportunidade para a juventude escutar e aprender as histórias do povo, a memória do território, os usos ainda hoje presentes e a esperança do retorno de todo o povo ao território tradicional. E dessa forma a cultura Kujubim é passada de geração em geração e, com ela, o compromisso de continuidade da luta.
O Povo Kujubim, após um processo cruel de quase extermínio e de negação da identidade, retomou seu autorreconhecimento com a sua primeira Assembleia Kujubim. Em 2003, o povo foi reconhecido pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI), quando o senhor Emanuel Kujubim afirmou frente ao órgão indigenista: “Como o povo Kujubim está extinto, se tem um na sua frente?”.
Em 2008, a FUNAI recebeu a reivindicação de demarcação do território. São mais de 20 anos de luta incessante para ter demarcado o território do Cautário, território ancestral do povo Kujubim.
Com saudade, o povo Kujubim sabe que já não tem ao seu lado as três matriarcas, mas é o sonho delas que permanece vivo e anima a certeza de que terão seu território ancestral, direito do povo, devidamente reconhecido pelo Estado brasileiro com a demarcação.
COMIN foi parceiro na realização da 23ª Assembleia do Povo Kujubim e esteve presente com sua equipe de assessoria de projetos da região Amazônia.