Em 2022, o Conselho de Missão entre Povos Indígenas (COMIN), da Fundação Luterana de Diaconia (FLD), celebra seus 40 anos de atuação junto com os povos indígenas. E para dar início à celebração dessa data, um Culto de Ação de Graças pelos 40 anos do COMIN iniciou, na manhã do dia 24 de maio, a Assembleia Ordinária do Conselho Deliberativo de FLD-COMIN-CAPA, em Porto Alegre (RS).
O culto foi conduzido pela Pa Cibele Kuss, secretária executiva de FLD-COMIN-CAPA, juntamente com P Cristov Kayser, presidente do conselho do COMIN, Diác. Irléci Klitzke Thomas, do Sínodo Espírito Santo a Belém, e P Sandro Luckmann, coordenador geral de FLD-COMIN.
“O COMIN hoje se pauta pela parceria e ação conjunta com os povos indígenas, em seguir no diálogo intercultural para que de fato a vida seja digna para todas as pessoas indígenas e não indígenas. Damos graças ao trino Deus que cria, sustenta e propaga a diversidade de culturas, línguas, costumes, tradições, vidas nos diferentes lugares e tempos. Vidas indígenas importam”, afirmou Sandro.
Além das conselheiras e dos conselheiros, estiveram presentes como convidadas e convidados representantes dos conselhos de COMIN e CAPA, equipe e coordenações de FLD-COMIN-CAPA e assessoria da organização.
Momento cultural
À noite, houve um momento cultural onde uma grande fogueira foi acesa com a presença da Kujã Kaingang, Iracema Gãh Té Nascimento, e do coordenador do Conselho Indigenista Missionário – Cimi Sul, Roberto Liebgott. Todas as pessoas que participaram colocaram gravetos na fogueira. Iracema explicou que esse ato coletivo representou o fortalecimento do movimento indígena e pediu apoio a todas e todos na defesa dos direitos dos povos originários. “Aqui falo eu, mas atrás de mim está um povo e todo o movimento indígena”. Após, houve dança e canto.
Roberto parabenizou o COMIN reafirmando que a organização, assim como o Cimi, que completa 50 anos em 2022, segue em comunhão intercultural, interreligiosa e ecumênica: “O COMIN e o Cimi surgem da mesma essência evangélica, estar com aqueles que mais precisavam de vida, esperança, terra e direitos.” Leia a carta do coordenador do Cimi Sul.
Enfrentando o racismo, construindo respeito
A assembleia terminou, dia 25, com reflexões acerca do racismo contra os povos indígenas em roda de diálogo com Marcos Vesolosqzki, assessor de projetos de FLD-COMIN e indígena do povo Kaingang, e Sandro Luckmann, coordenador de FLD-COMIN. As pessoas presentes foram provocadas a pensar sobre ideias e práticas racistas.
Marcos ressaltou que falar sobre povos indígenas é falar sobre conquista, luta e resistência e que é preciso entender e respeitar as diferentes culturas indígenas presentes no país. A negligência em relação à garantia dos direitos indígenas prova que o apoio e a atuação de FLD-COMIN-CAPA junto ao movimento indígena se fazem cada vez mais necessários, afirmou. “Temos o compromisso de sermos multiplicadores das perspectivas não racistas em relação aos povos indígenas”.
Esse compromisso ficou como um dos desafios às conselheiras e aos conselheiros e às demais pessoas presentes nos dois dias de assembleia, assim como trabalhar a temática indígena nos espaços da IECLB como forma de superar situações de preconceito e racismo.
As celebrações pelos 40 anos do COMIN seguirão durante o restante do ano com outras atividades. A agência de cooperação internacional Pão Para o Mundo (PPM) parabenizou a organização por meio de uma carta. “Agradecemos muito por todos estes anos de trabalho e de ótima cooperação com PPM. Desejamos a vocês muito sucesso na sua luta para um Brasil mais justo, e desejamos muita força e esperança também em tempos desafiantes.”