A assessora de projetos do COMIN, Kassiane Schwingel, e as acadêmicas indígenas Luana e Silvana Kaingang e Ivanilde da Silva, do povo indígena Guarani M’bya, participaram, no dia 13 de novembro, do Colóquio As Mil Humanidades, realizado pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) Campus Ibirubá. Em sua quinta edição, o colóquio teve como tema “Quebrando preconceitos e construindo respeito”, sendo composto por temas relativos às populações indígenas e negras e tendo como foco a educação para a diversidade étnico racial.
Durante a manhã, Kassiane e as acadêmicas indígenas falaram para cerca de 120 alunas e alunos do Ensino Médio sobre a temática “Luta e resistência dos povos indígenas no Brasil”. Pela tarde e à noite, houve a realização de duas oficinas, respectivamente: “Estratégias didáticas para a inclusão da temática indígena no currículo a partir da lei 11.645/08” e “Quebrando estereótipos: estratégias para discussão da temática indígena na escola e na sociedade”. A primeira foi voltada para o grupo de docentes do campus e contou com a presença de cerca de 30 pessoas, enquanto a segunda foi acompanhada por cerca de 50 pessoas e era destinada a alunas e alunos da Licenciatura em Matemática.
Em suas falas, as indígenas reforçaram a ideia de que não há um estereótipo que defina a identidade étnica, assim como não há um espaço específico onde as pessoas indígenas devem estar. Elas também argumentaram sobre a importância de ocuparem o espaço da universidade como forma de apoiar a luta de seus povos e enfatizaram o quanto a espiritualidade é significativa para os povos indígenas, demonstrando que, quando se pensa em saúde, educação e gestão do território, tudo tem relação com a espiritualidade.
O Colóquio As Mil Humanidades acontece anualmente em novembro e, esse ano, o evento foi realizado nos dias 13 e 14. No dia 14, as atividades seguiram com temas sobre a população negra. O colóquio está vinculado ao Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (NEABI) doIFRS Campus Ibirubá e tem a pretensão de problematizar a condição humana na contemporaneidade, discutindo as múltiplas faces da humanidade e seus desdobramentos na sociedade, na cultura e na educação. A programação foi coordenada pelo NEABI, Núcleo de Estudos e Pesquisas em Gênero e Sexualidade (NEPGS) e o Coletivo Ovelhas Negras.