Privacy Overview
This website uses cookies to improve your experience while you navigate through the website. Out of these, the cookies that are categorized as necessary are stored on your browser as they are essential for the working of basic functionalities of the website. We also use third-party cookies that help us analyze and understand how you use this website. These cookies will be stored in your browser only with your consent. You also have the option to opt-out of these cookies. But opting out of some of these cookies may affect your browsing experience.
Always Active
Necessary cookies are absolutely essential for the website to function properly. These cookies ensure basic functionalities and security features of the website, anonymously.
Functional cookies help to perform certain functionalities like sharing the content of the website on social media platforms, collect feedbacks, and other third-party features.

No cookies to display.

Performance cookies are used to understand and analyze the key performance indexes of the website which helps in delivering a better user experience for the visitors.

No cookies to display.

Analytical cookies are used to understand how visitors interact with the website. These cookies help provide information on metrics the number of visitors, bounce rate, traffic source, etc.

No cookies to display.

Advertisement cookies are used to provide visitors with relevant ads and marketing campaigns. These cookies track visitors across websites and collect information to provide customized ads.

No cookies to display.

Other uncategorized cookies are those that are being analyzed and have not been classified into a category as yet.

No cookies to display.

DOAR AGORA

Relatório atesta a tradicionalidade da retomada Mbya Guarani na Ponta do Arado

Relatório atesta a tradicionalidade da retomada Mbya Guarani na Ponta do Arado
7 de novembro de 2019 zweiarts

Na manhã de ontem (06), na Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, indígenas Guarani e Kaingang participaram da apresentação do Relatório Antropológico, Histórico e Arqueológico Circunstanciado sobre a retomada Yjerê do Arado Velho, localizada no bairro Belém Novo, em Porto Alegre (RS), e ocupada por famílias Mbya Guarani. O documento atesta a presença Guarani no território original onde surgiu a cidade de Porto Alegre e resgata o sentido de mobilidade do povo Mbya Guarani e o entendimento da terra como um espaço de preservação da ancestralidade e de seu modo de vida, não como propriedade.

A comunidade Mbya Guarani que vive na Ponta do Arado retomou a área há cerca de um ano e meio. Além das condições precárias, a comunidade vem sofrendo com ataques e ameaças por se encontrar por força de decisão judicial em disputa com a Arado Empreendimentos Imobiliários S.A.. Em abril deste ano, pessoas armadas que prestam serviço de segurança privada ao grupo de construção civil ameaçaram a comunidade de morte e a Justiça tentou impedir a presença de pessoas apoiadoras no local, sem sucesso.

O estudo foi solicitado pelo Conselho Estadual dos Povos Indígenas (CEPI) e realizado pelo Laboratório de Arqueologia e Etnologia (LAE) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A apresentação do relatório foi feita pelo etnoarqueólogo e coordenador LAE e do Núcleo de Estudos Afrobrasileiros, Indígenas e Africanos (NEAB) da UFRGS, José Otávio Catafesto de Souza, acompanhado da acadêmica em Ciências Sociais da UFRGS e pesquisadora do LAE, Carmen Lúcia Guardiola, e do historiador e mestrando do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural, Rafael Frizzo. Catafesto frisou que a ocupação da comunidade Mbya Guarani na Ponta do Arado não é um assentamento e sim uma retomada, já que esse é um local tradicionalmente Guarani.

Após fazer uma fala em Guarani, o cacique Timóteo Oliveira, da comunidade Mbya Guarani Ponta do Arado, lembrou que Nhanderu criou o povo Guarani para viver à vontade e, por isso, as pessoas Guarani querem seu pedaço de terra para viver e poder plantar. Timóteo afirmou também que o povo Guarani sofreu muito depois da invasão de 1500 e ter seu território de volta nada mais é do que um direito que já devia ter sido cumprido. “O português não esperou quando chegou aqui, porque agora temos que esperar?”, questionou.

Cirilo Morinico, cacique da comunidade Guarani Mbya da Lomba do Pinheiro, disse que a luta indígena pelas retomadas não para, “porque a terra é sagrada para nós e, por isso, queremos espaço para viver do nosso modo de vida, nossa língua e tradições”. Se dizendo emocionado, o cacique ressaltou que os povos indígenas não estão pedindo nenhum favor, e sim aquilo que já está reconhecido na Constituição Federal. Felipe da Silva, da comunidade Kaingang da Lomba do Pinheiro, também presente na apresentação, afirmou que o governo nunca ajudou os povos indígenas e que as pessoas não indígenas precisam saber que são esses povos são os verdadeiros donos do Brasil.

A reunião foi conduzida pelo deputado Jeferson Fernandes (PT) e contou também com a presença de representantes de órgãos indigenistas e de pessoas que acompanham a luta indígena, além das deputadas Sofia Cavedon (PT) e Luciana Genro (PSOL). Ao final, a socióloga da Divisão Indígena da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), Márcia Londero, e o procurador do Estado, Silvio Guido Fioravanti Jardim, propuseram novas reuniões para tratar políticas relacionadas aos direitos dos povos indígenas.

Encaminhamentos

O relatório traz uma síntese de encaminhamentos sugeridos, como a imediata suspensão da decisão de reintegração de posse em favor da Arado Empreendimentos Imobiliários; a suspensão imediata da repressão policial e para-militar exercida por agentes de segurança privada contra o livre trânsito das pessoas Mbya Guarani pela orla do Guaíba até Belém Novo; e a retirada urgente da cerca de arame que confina as famílias indígenas a um pequeno espaço de moradia e liberação da água existente na Ponta do Arado para uso doméstico da comunidade.

O trabalho recomenda também que a Justiça reverta em réus a Arados Empreendimento Imobiliários e a empresa de vigilância privada por ela contratada, instalando diligência que investigue os atos de coação, de intimidação, de violência e de impedimento do direito de ir-e-vir praticado sobre as pessoas indígenas e não indígenas no local; assim como intimide o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) a assumir a completa garantia de salvaguarda de todos os sítios e vestígios arqueológicos existentes na Ponta do Arado e que o Ministério Público ou a Defensoria Pública mova Ação Civil Pública a fim de averiguar a possibilidade de Impacto Ambiental Severo e Irreparável executado pela Arado Empreendimentos Imobiliários contra o meio ambiente e contra a comunidade Mbya Guarani.

Previous Next
Close
Test Caption
Test Description goes like this

loodgieter rotterdam

loodgieter rotterdam