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Mulheres indígenas fazem história em marcha que reuniu mais de três mil mulheres

Mulheres indígenas fazem história em marcha que reuniu mais de três mil mulheres
13 de agosto de 2019 zweiarts

As mulheres indígenas mostraram toda a sua força e protagonismo na manhã desta terça-feira (13). Em uma marcha inédita e histórica, cerca de três mil mulheres caminharam pelas ruas de Brasília rumo à Esplanada dos Ministérios. Foram mais de 115 povos indígenas representados por mulheres vindas de todas as regiões do país. As mulheres indígenas estão reunidas em Brasília desde o dia 9 para a primeira Marcha das Mulheres Indígenas. Com o tema “Território: nosso corpo, nosso espírito”, o objetivo é dar visibilidade às suas ações e discutir questões referentes às suas diversas realidades.

Ao longo do caminho percorrido, as mulheres indígenas mostraram seus ritos, cantos e cultura, colorindo as ruas da capital federal. Mais do que isso, a marcha foi um momento de denúncia das medidas adotadas pelo governo do presidente Jair Bolsonaro contra os povos indígenas e o descaso com a saúde indígena e a educação. Outras pautas levantadas pelas mulheres indígenas durante o ato foram a demarcação dos territórios e as tentativas de liberação da mineração em Terras Indígenas.

Em pronunciamento, a coordenadora da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Sonia Guajajara, destacou que as mulheres indígenas marcharam pelas ruas de Brasília para mostrar sua força e resistência ao governo. “Desde que Bolsonaro disse que não haveria mais nenhum centímetro de terra demarcada para os povos indígenas, nós saímos em marcha porque, com essa afirmação, ele declarou guerra não só com os povos indígenas, mas com as mulheres indígenas”, disse.

A representante da Apib Sudeste, Célia Xakriabá, afirmou que as mulheres indígenas não têm sido mortas apenas “pela arma do calibre 38, mas também pela arma do calibre 17 e sua política genocida”. A liderança ressaltou que, apesar disso, as mulheres indígenas seguirão sendo resistência e irão defender seus territórios. “Os corpos e os corações das mulheres indígenas guardam conhecimento e seremos nós quem vamos descolonizar a sociedade brasileira com nossos corpos”, disse.

Ao chegar à Esplanada dos Ministérios, as mulheres se uniram ao Ato Nacional contra o desmonte da Educação Pública manifestação que contou com a presença de estudantes, profissionais da educação, movimentos sociais e parlamentares.

Sessão Solene e audiência pública

Após a marcha, uma delegação de mulheres indígenas participou da Sessão Solene na Câmara dos Deputados em homenagem à Marcha das Margaridas, que acontece nesta quarta-feira (14) e tem como tema, em sua sexta edição, “Margaridas na luta por um Brasil com soberania popular, democracia, justiça, igualdade e livre de violência”. Mais tarde, estiveram em uma audiência pública também na Câmara dos Deputados, onde debateram sobre os direitos sociais dos povos indígenas.

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