O acadêmico do curso de Direito e uma das lideranças estudantis indígenas, Rodrigo Mariano, do povo Guarani M’bya, foi um dos convidados a participar da mesa “Que a universidade se pinte de povo: panorama do presente e lutas para o próximo período” promovida pelo Diretório Central das e dos Estudantes da Universidade Federal de Santa Maria (DCE-UFSM). A atividade, que ocorreu na tarde de terça-feira (19) no auditório do Prédio 17 do campus, teve como objetivo proporcionar às calouras e aos calouros um maior contato com as lutas dos movimentos sociais.
Rodrigo aproveitou o momento para divulgar o caderno da Semana dos Povos Indígenas 2019. Ele foi um dos indígenas que participou da construção do material. Em sua fala, o estudante ressaltou a importância de se falar sobre a causa indígena para não indígenas, principalmente quando se trata de preconceitos – o tema do material desse ano. Destacou também que o momento político não é favorável às minorias sociais e que, desde sempre, há violência contra os povos indígenas e por isso é preciso que esses povos ocupem os espaços públicos, como é o caso das universidades, para que tenham seu lugar de fala garantido. Resistência é palavra de ordem, de acordo com ele. Entre os exemplos de violência que as e os indígenas estão sofrendo atualmente, o acadêmico destacou a possibilidade de municipalização da saúde indígena e o risco de não haver mais demarcações de terras indígenas devido ao enfraquecimento da Fundação Nacional do Índio (FUNAI).
Além de Rodrigo, a mesa teve a presença da dirigente regional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Roberta Coimbra, e da militante do Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM), Nilda Marlize Ribeiro. Ambas ressaltaram, em suas falas, que direitos sempre foram conquistados através de lutas e que é preciso, mais do que nunca, que os movimentos atuem em conjunto para que as minorias conquistem seus espaços.