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Juventude luterana aprende sobre meio ambiente e modo de ser Guarani

Juventude luterana aprende sobre meio ambiente e modo de ser Guarani
6 de março de 2019 zweiarts

Pensando nas crescentes mudanças climáticas ocasionadas pela ação da sociedade não indígena e na possibilidade de jovens conhecerem as visões e conselhos de pessoas mais velhas e sábias a fim de seguirem o caminho para cuidar da melhor forma o mundo deixado por Nhanderu, o COMIN promoveu a oficina “O respeito a todos os seres: o modo de ser Guarani e a relação com o meio ambiente”. A oficina foi assessorada pelo cacique da Aldeia Tarumã, do povo Guarani de Araquari, Ademilson Moreira Wherá e fez parte da programação do 39º Acampamento Intersinodal de Carnaval, que aconteceu entre os dias 2 e 5 de março em Rodeio (SC).

Ademilson, que também é coordenador da Comissão Nhemonguetá, iniciou sua fala contando a história da criação do mundo na perspectiva Guarani, a qual trata de respeito e co-dependência dos povos com toda a terra. Logo depois mostrou a relação espiritual dos Guarani com todos os seres e fez um apelo às e aos jovens presentes que levassem sua mensagem adiante e tivessem o mesmo respeito e cuidado com a natureza. De acordo com ele, o povo Guarani precisa guardar as sementes tradicionais para que as pessoas não morram de fome no futuro. Outro tema abordado foi a importância da demarcação das terras indígenas, pois estas são espaços de preservação do meio ambiente e, por isso, trazem benefícios à toda a sociedade. Ao final, foi mostrado um mapa Guarani continental onde foi identificado o território tradicional desse povo e a diferença da mata preservada dentro das terras indígenas e após as divisas e desmatamentos provocados pela cultura não indígena de exploração. As e os jovens presentes demonstraram bastante interesse nas histórias contadas por Ademilson e na possibilidade de conhecer sua aldeia e a cultura Guarani.

Para o cacique, o valor de se falar sobre meio ambiente e modos de ser do povo Guarani é a possibilidade de conscientizar as e os jovens a ter mais responsabilidade para cuidar daquilo que é de todas e todos, principalmente no cenário atual de transformação em que vivemos. “A importância desse tema ser colocado em um evento como esse é que muitas pessoas não têm a oportunidade de escutar e entender a visão dos povos indígenas sobre a natureza e compreenderem que não queremos a demarcação de terras só porque está na lei, mas também pela importância que isso tem”, ressaltou Ademilson. Para ele, os povos indígenas fazem o possível para melhorar a qualidade de vida de todas e de todos.

Comissão Nhemonguetá

A Comissão Nhemonguetá é a organização de caciques e lideranças do povo indígena Guarani da região litoral norte e sul de Santa Catarina. Ela surgiu em 1997 e faz parte da Comissão Nacional Guarani Ywyrupa. O propósito da comissão é acompanhar os processos e demandas das comunidades Guarani em relação à luta pelos seus direitos, às demarcações das terras indígenas no estado de Santa Catarina, os conflitos e licenciamentos ambientais, além de apoiar projetos e iniciativas de cada comunidade. O trabalho é feito partir de um coordenador geral e dois articuladores (um presente na região litoral sul e outro na região litoral norte) e todas as lideranças e caciques são considerados coordenadores locais de cada comunidade.

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