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Atividade de formação na FURG discute a inclusão da temática indígena em sala de aula

Atividade de formação na FURG discute a inclusão da temática indígena em sala de aula
5 de abril de 2019 zweiarts

O COMIN participou do debate sobre “Povos Tradicionais Indígenas” que aconteceu no dia 1º, na Universidade Federal do Rio Grande (FURG), campus São Lourenço do Sul (RS). A atividade, que também era aberta à comunidade, fez parte da programação da Jornada Universitária pela Reforma Agrária, evento apoiado pelo COMIN e organizado pelo Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi), pelo curso de Licenciatura em Educação do Campo e pela FURG.

A primeira atividade do dia foi uma formação com a assessora do COMIN Kassiane Schwingel sobre “Educação e diversidade: como incluir a temática indígena em sala de aula”. O público foi composto por acadêmicas e acadêmicos dos cursos de Educação do Campo, Agroecologia e Gestão Ambiental, além de professoras e professores do município. O objetivo foi sensibilizar o grupo de docentes e futuras e futuros docentes sobre a importância de se incluir a temática indígena nas aulas, além de levar ferramentas e insumos para que o trabalho ocorra de fato.

À noite, aconteceu uma roda de conversa com a presença de Rodrigo Mariano e Zezinha Silva, indígenas dos povos Guarani M’bya e Kaingang, respectivamente, e José Miguel, indígena do povo Mapuche, do Chile. Os indígenas e a indígena puderam falar sobre o contexto atual de seus povos, destacando a importância da demarcação de seus territórios para a sua sobrevivência enquanto povos. Outro assunto abordado foi a municipalização da saúde indígena. Zezinha, estudante da FURG, ressaltou que “a Sesai foi uma conquista para os povos indígenas, fruto da luta de muitas lideranças do passado. Não podemos aceitar que a Sesai deixe de nos dar o atendimento específico que temos direito”.

Já Rodrigo, estudante de Direito da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), relatou historicamente as perseguições que as e os indígenas têm sofrido, relembrando o período da Ditadura Civil-Militar. “Estamos no período em que se lembra o início da Ditadura Militar no Brasil e este foi um tempo em que muitos indígenas foram mortos. Hoje se reconhece que mais de oito mil indígenas foram mortos na ditadura, mas mesmo nessas situações seguimos sendo invisibilizados”, afirmou. Trazendo para a conjuntura atual, exemplificando com a luta pela manutenção de uma saúde específica e pelo atendimento via Sesai, Rodrigo destacou a importância de se mobilizar o país inteiro, como foi feito através das manifestações e o fechamento das estradas. “O ministro da Saúde, sentindo a pressão de nossa luta, resolveu recuar e fez um pronunciamento de que teria repensado e manteria a Sesai. Novamente, o ministro se coloca como alguém compreensivo e que tomou uma decisão, invisibilizando a nossa luta que o fez retroceder”, disse.

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