“Fiquem vigiando, pois vocês não sabem em que dia vai chegar Jesus. Lembrem-se disto: se a dona ou o dono da casa soubesse quando ia chegar o ladrão, ficaria vigiando e não deixaria que a sua casa fosse arrombada. Por isso, fiquem também vigiando, pois Jesus virá na hora em que vocês não estiverem esperando.” Mateus 24.42-44.
É tempo de vigília. É tempo de vigiar. É tempo de Advento. É tempo de Natal.
O espaço de muitas pessoas foi arrombado durante este ano, pelo retrocesso nos direitos humanos, pelo congelamento de recursos públicos para a saúde, a educação, pelo golpe à democracia. As terras e povos indígenas continuam sendo arrasados pelo agro e hidronegócio. As florestas estão sendo destruídas pela ganância de madeireiros e garimpeiros. A terra seca, o ar esquenta e muitas pessoas nem sequer se constrangem, mesmo sabendo do roubo.
É tempo de vigiar. É tempo de Advento. É tempo de Natal.
Crianças, mulheres, jovens, homens e pessoas idosas indígenas vigiam e esperam. Cuidam das sementes, usam energia solar, revitalizam sua alimentação tradicional, sua medicina tradicional, em uma resistência e luta contínuas por terra, pão e paz. Deus está presente e resiste lá onde há ameaças, perdas, violências e mortes.
É tempo de Advento. É tempo de Natal.
Tempo de Deus criança nascendo todos os dias em terras indígenas, clamando com povos indígenas por comida e água limpa, por abrigo, por justiça e direitos.
É Natal, tempo da Terra sem Males.
Renate Gierus
Coordenadora Pastoral e Programática