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Cultura Laklãnõ/Xokleng em Blumenau/SC

Cultura Laklãnõ/Xokleng em Blumenau/SC
18 de abril de 2016 zweiarts

No dia 14 de abril de 2016 aconteceu, na Universidade Regional de Blumenau (FURB), um evento de divulgação do “Caderno da Semana dos Povos Indígenas 2016 – Laklãnõ/Xokleng, o povo que caminha em direção ao sol”. O COMIN realizou o evento, privilegiando a participação de representantes da comunidade da Aldeia Bugio, que elaboraram o material.

Este foi um dia marcante e repleto de esperança para celebrar a Semana dos Povos Indígenas que inicia hoje (18/04). Quem organizou e promoveu todas as atividades e reflexões do dia foi a Escola Indígena de Educação Básica Vanhecú Patté. Estiveram presentes 27 pessoas da Aldeia Bugio, entre alunos/as, professores/as, anciãos e artesãs e em torno de 300 pessoas representantes de escolas municipais e estaduais durante todo o dia. O público maior foi de crianças, que se mostraram atentas e curiosas às apresentações culturais e aos momentos de roda de conversa com professores/as e alunos/as da escola indígena. Este foi um dia agradável de convivência, de conhecimento mútuo e de valorização das culturas indígenas brasileiras.

Foi possível perceber que a maioria das crianças que vivem na região do Vale do Itajaí desconhecem a presença do povo Laklãnõ/Xokleng. Através deste evento, foram desconstruídos muitos estereótipos sobre os povos indígenas no Brasil. A professora Walderes, da escola indígena, de forma alegre e descontraída, destacou, na roda de conversa para o público, que os povos indígenas não deixam de ser indígenas por usar ferramentas não indígenas como celular, computador, morar em casas de alvenaria. Ser indígena vai muito além disso, tem a ver com o jeito de ser e de se relacionar com o outro e com o meio, falar a sua língua, preservar sua medicina, seu artesanato e demais conhecimentos tradicionais. Ela faz as crianças refletirem ao perguntar se elas, como descendentes de europeus, ainda usam vestimentas, casas e objetos exclusivos de sua cultura. As crianças concluem que não fazem isso e a professora Walderes acrescenta que nem por isso elas deixam de ser descendentes de europeus. Culturas são dinâmicas, somente devemos cuidar para preservar nossos conhecimentos e jeitos específicos que nos são caros.

Na programação do dia, o público pôde mergulhar na cultura Laklãnõ/Xokleng através de uma apresentação teatral feita pelos/as alunos/as e professores/as da escola indígena, roda de conversa, duas canções no idioma Laklãnõ/Xokleng, divulgação da Trilha da Sapopema – uma trilha ecológica e cultural mantida pelos/as jovens da Aldeia Bugio, exposição fotográfica das Aldeias Bugio e Plipatól, e venda de artesanato. Ao final do evento, cada escola representada recebeu o Caderno da Semana dos Povos indígenas 2016, entre outros materiais, para dar continuidade ao estudo da cultura e história Laklãnõ/Xokleng.

O COMIN agradece à FURB, em especial aos apoiadores do evento: Centro de Ciências Humanas e da Comunicação – CCHC; Núcleo de Estudos Indígenas – NEI; Curso de Ciências da Religião; Grupo de Pesquisa Ethos, Alteridade e Desenvolvimento – GPEAD e também às escolas, que enviaram professores/as representantes e alunos/as.

Também queremos registrar um agradecimento especial à E.I.E.B. Vanhecú Patté, que aceitou o desafio de preparar a programação e desenvolvê-la de forma tão comprometida e reflexiva. Certamente mais um passo foi dado na promoção do respeito e da valorização da cultura Laklãnõ/Xokleng no Vale do Itajaí.

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