Caingangues e estudantes tiveram um dia de troca de experiências na sexta-feira, no IEI. Moacir Fritzen Ivoti – Os filmes de faroeste difundiram o conflito entre índios e os colonizadores americanos. Para apagar a imagem do cinema de que caras pálidas e peles vermelhas não têm boas relações, crianças caingangues e alunos do Instituto de Educação Ivoti (IEI) promoveram uma troca de experiências, na manhã e tarde de ontem. Estudantes do ensino médio retribuíram a visita feita à aldeia Por Fi, em São Leopoldo, no último mês de julho. A integração teve direito a palestra com o professor bilíngue caingangue Dorvalino Cardoso, além de exposição de artesanato indígena, visita ao projeto Herbário Vivo, oficina de brinquedos e dobraduras.
As mulheres caingangues usaram um espaço no hall de entrada do Instituto de Educação Ivoti (IEI) para expor peças de artesanato. O corredor logo atraiu a atenção dos alunos. As meninas Ana Giulia Weiland, 8 anos, Maria Eduarda Frank, 8, e Priscila Vitória de Almeida Assis, 8, gostaram das pulseiras feitas com sementes. “Algumas peças são perfumadas”, sugeriu a artesã Maria da Silva, 34.Arte exposta
Herbário vivo Outra atração do passeio foi o programa Herbário Vivo. O vice-cacique Darci Rodrigues Fortes, 46, levou mudas de alecrim, alfazema, estévia e manjerona para plantar na aldeia. Já os professores Josmes Fortes, 34, e Dorvalino Cardoso, 46, ficaram impressionados com a criação de abelhas sem ferrões.
Lições sobre a harmonia com a natureza Para a coordenadora do programa Herbário Vivo, Soeli Presser, os índios podem ensinar bastante aos homens brancos sobre como viver em harmonia com a natureza. “Antes da colonização europeia, todas as abelhas na América do Sul não tinham ferrões. Os índios sugavam o mel com uma espécie de canudo, mas não esgotavam o estoque da colmeia”, exemplifica.