O Rio Grande do Sul é ocupado por povos indígenas a cerca de sete mil anos, sendo que os atuais povos remanescentes dão continuidade à ocupação tradicional. Somente nos últimos cinco séculos, iniciou-se e intensificou-se a ocupação e colonização por imigrantes, sobretudo pessoas europeias. O estado ocupa a décima colocação entre os estados brasileiros com maior população indígena, porém as áreas demarcadas às comunidades correspondem a 0,3% de seu território.
O povo Guarani Mbya, além do Rio Grande do Sul, também vive nos estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. O território tradicional Guarani, no entanto, tem dimensão continental e adentra a Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai. O povo Guarani pertence ao tronco linguístico Tupi.
O povo Kaingang também habita os estados de Santa Catarina, Paraná e São Paulo, e também a província de Missiones, na Argentina. É no Rio Grande do Sul, porém, que está a maior concentração populacional, com aproximadamente 17 mil pessoas. A comunidade Kaingang pertence ao tronco linguístico Macro-Jê e organiza-se como uma sociedade dual, dividida em metades exogâmicas (Kamé e Kairu) que se opõem e se complementam.
Áreas de atuação
A atuação na região Norte, Leste e Centro do Rio Grande do Sul não acontece de forma fixa. Ela se dá a partir das demandas apontadas pelos povos indígenas, tendo como prioridade a área temática dos direitos humanos, principalmente o direito a terra e ao território – direitos garantidos pela Constituição Federal de 1988. Para isso, acompanha a luta das comunidades indígenas na busca pela demarcação de suas terras tradicionais, o que é fundamental para a reprodução física e cultural desses povos, bem como para sua segurança alimentar e vida digna. Isso se dá através de uma política indigenista de apoio a mobilizações e articulações indígenas, participação das pessoas indígenas em eventos do movimento indígena na região Sul, contribuição com denúncias e investigações, entre outras atividades, sempre respeitando a autonomia dos povos.
Apoia, ainda, iniciativas que levem à sustentabilidade a partir de suas necessidades, recursos naturais, cultura e organização social, visando a proteção e conservação do meio ambiente. Contribui para que demandas nas áreas da saúde e educação sejam contempladas e garantidas pelos serviços públicos, respeitando e estimulando práticas tradicionais dos povos indígenas.