Quem Somos
O COMIN
O Conselho de Missão entre Povos Indígenas (COMIN), vinculado à Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) e, desde 2018, um dos programas da Fundação Luterana de Diaconia (FLD), assessora e coordena trabalhos junto aos povos indígenas. Criado em 1982, temos como compromisso apoiar as prioridades colocadas pelos povos e comunidades indígenas, respeitando seus modos de ser e suas culturas, trabalhando com eles e não por eles. Para isso, atuamos criando parcerias e dando apoio nas áreas de educação, saúde, terra, organização, sustentabilidade e defesa de direitos.
Os trabalhos do COMIN são realizados por uma equipe interdisciplinar dividida em quatro campos de trabalho: Acre e sul do Amazonas, Rondônia, leste e norte de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Atuamos também através do PROFORDI, o Programa de Formação e Diálogo Intercultural e Inter-religioso, que tem o objetivo de mostrar a realidade dos povos indígenas às pessoas não indígenas para que possam respeitá-los e valorizá-los.
NOSSA HISTÓRIA
Em 1824, chegaram ao Brasil as primeiras famílias Evangélico-luteranas. Compunham-se, na sua maior parte, de pessoas pobres que na Alemanha não tinham chances e nem espaço. Sentiram-se atraídas pela promessa de, no Brasil, terem terra em abundância e liberdade. Ninguém lhes disse que as terras eram habitadas por povos indígenas. Além disso, no uso da terra havia conceito e prática totalmente distintos. Para os povos indígenas, terra, rios e mata eram de uso coletivo para sua subsistência. Para as pessoas europeias, terra era propriedade particular com limites bem demarcados e escritura lavrada em cartório. Agravando ainda mais a situação, a sociedade europeia considerava-se superior e não reconhecia as pessoas indígenas como seres humanos plenos.
Essa realidade criou duas vítimas: uma foram as pessoas imigrantes, induzidas a exercer um papel que, muitas vezes, não souberam avaliar. Outra foram os povos indígenas que, pela força das armas de fogo, começaram a perder suas terras e vidas. Em meio a tudo isso, no entanto, sempre houve pessoas e grupos que tentaram ser justos com os povos indígenas e colocaram-se ao lado deles. Várias e valiosas iniciativas aconteceram ao longo dos tempos.
Em 1982, a IECLB cria um conselho para estudar e coordenar o seu trabalho com os povos indígenas em todo o território nacional. Assim, surge o Conselho de Missão entre Índios, o COMIN. Anos mais tarde, em 2013, ao se perceber que a palavra “índio” remete a um conteúdo genérico, ou seja, a todas as pessoas encontradas na época da conquista, o que generaliza seus modos diferenciados de ser, o conselho do COMIN decide alterar o nome para Conselho de Missão entre Povos Indígenas, ficando a sigla inalterada.
Com a mudança, evidenciou-se que o Brasil é um país multiétnico e pluricultural e que o COMIN, como entidade que acompanha de forma solidária a luta por direitos dos povos indígenas, busca, através de sua identificação, expressar esta compreensão plural e diversa, promovendo espaços para o diálogo intercultural e inter-religioso. Além disso, ela vai ao encontro de leis internacionais, como a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), da Declaração Universal dos Direitos dos Povos Indígenas e da Organização das Nações Unidas (ONU), documentos que evidenciam o uso da expressão “povos indígenas”.