Região Central de Rondônia
Equipe
Assessora
Jandira Keppi
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Povos
Em Rondônia, o trabalho do COMIN se dá a partir de Ji-Paraná, município situado na região Central do estado, ocupando uma posição geográfica que facilita o acesso terrestre à maior parte das Terras Indígenas de Rondônia.
A primeira referência do atual trabalho do COMIN é com o povo Karo Arara da Terra Indígena Igarapé Lourdes, localizada cerca de 70 km da sede de Ji-Paraná. A TI Igarapé Lourdes é composta por três aldeias maiores: Paygap, Três Irmãos e Iterap. O povo Karo Arara possui uma população de 366 pessoas e é falante da língua Tupi Ramarama. O português só é utilizado para a comunicação com outros povos ou com não indígenas. Preservam bastante a sua cultura tradicional, valorizam seus pajés e suas festas tradicionais, como a Festa do Jacaré.
Na TI Igarapé Lourdes também mora o povo Ikólóéhj Gavião, com uma população de cerca de 800 pessoas, divididas em 22 aldeias. São falantes das línguas Tupi-mondé e português. No entanto, algumas pessoas desse povo, principalmente mulheres e homens mais idosos, têm dificuldade de falar o português. No tempo da colonização, décadas de 1960 e 1970, esse povo foi expulso de suas terras, localizadas no atual estado do Mato Grosso, por fazendeiras e fazendeiros e acolhido pelo povo Karo Arara, apesar de, no passado, terem vivido conflitos interétnicos. Por terem línguas diferentes, a comunicação se dá em português.
Áreas de Atuação
O COMIN iniciou seu trabalho com os povos Karo Arara e Ikólóéhj Gavião no segundo semestre de 2005 e, a partir de 2010, a atuação se deu mais com o povo Karo Arara, tendo por objetivo a formação e informação na área dos direitos indígenas, o apoio à organização própria, à educação específica e diferenciada, ao controle social nas políticas públicas e às questões de etnosustentabilidade. Para isso, contribui apoiando sua organização através de assessoria a reuniões e assembleias indígenas, discussões sobre a política indigenista nas aldeias, formas de participação e intervenção nas políticas públicas, formação e regularização de associações indígenas e apoio na discussão e resistência contra a construção da barragem no Rio Machado. Realiza oficinas e discussões práticas sobre direitos indígenas, para que as comunidades conheçam seus direitos e saibam como exercê-los ou quando são violados, além de trabalhar junto com elas refletindo sobre o uso dos recursos ambientais de suas terras de modo sustentável, contribuindo com pequenas iniciativas de etnosustentabilidade das aldeias.
Embora a ênfase do trabalho seja com o povo Karo Arara, o COMIN atua também com outros povos, organizações e movimentos, inclusive com o povo Ikólóéhj Gavião, prestando assessoria jurídica e política e apoio principalmente na defesa de seus direitos e na articulação para definição de políticas públicas, e também promove o diálogo intercultural com a sociedade não indígena no âmbito do Sínodo da Amazônia/IECLB, em espaços escolares e em outros fóruns, para uma maior aproximação e respeito aos povos indígenas.